Um dos maiores desafios dos governos na atualidade é a tributação da riqueza e de seus fluxos. A intensa integração entre os mercados, as possibilidades de depositar recursos em paraísos fiscais – muito pouco abertos à cooperação internacional para troca de informações com as administrações tributárias – abrem possibilidades significativas para a sonegação. Além disso, recursos de origem ilícita – desde a corrupção de agentes públicos até o tráfico de drogas e de armas – também encontram abrigos seguros em paraísos fiscais, que costumam não fazer muitas perguntas aos depositantes. Gabriel Zucman trata desse assunto, chamando a atenção para o fato de que, apesar dos muitos esforços para diminuir a opacidade das informações bancárias, o volume de dinheiro depositado em paraísos fiscais tem crescido substancialmente nos últimos anos: “Desde abril de 2009, quando os países do G20 tiveram um encontro de cúpula em Londres e decretaram o “fim do segredo bancário”, o montante de dinheiro depositado na Suíça aumentou 18%. Para todos os paraísos fiscais somados, o aumento é ainda maior, quase 25% (tradução nossa, pos. 144)”