O Vice-Presidente de Auditoria do Instituto Rui Barbosa (IRB) e Corregedor do Tribunal de Contas do Estado da Bahia (TCE-BA), Conselheiro Inaldo Araújo, ministrou a palestra “Confesso que vi: um tribunal histórico no caminho do futuro”, durante a programação do II Congresso Internacional Diálogos Humanistas – Os ODS e os desafios da humanidade: jurídicos, tecnológicos, ambientais e humanitários, na última sexta-feira (26/9), em Salvador-BA.
Promovido pelo Instituto Internacional para o Desenvolvimento Científico, Inovação e Sustentabilidade (ICIS), em parceria com a Escola de Magistrados da Bahia (EMAB), o evento reuniu, até sábado passado (27/9), especialistas nacionais e internacionais para debater caminhos para a construção de um futuro sustentável e inclusivo.
A palestra do Conselheiro Inaldo Araújo integrou o painel “Governança e Sustentabilidade”, que também contou com as participações do Conselheiro-Presidente do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG), Durval Ângelo; do Conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios do Estado da Bahia (TCM-BA), Nelson Pellegrino; do professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Harrison Leite; e do Diretor Jurídico do ICIS, Jeffiton Ramos. A mediação ficou a cargo do Consultor-Geral do TCE-MG, João Alves de Souza Júnior.
Papel dos TCs no Século XXI
Durante sua exposição, Inaldo Araújo destacou que os Tribunais de Contas vêm passando por transformações ao longo da história e hoje desempenham funções que vão além da análise contábil e patrimonial. “No século XXI, essas instituições extrapolam fronteiras e buscam a avaliação das Políticas Públicas”, afirmou, ressaltando que a adoção de padrões internacionais de Auditoria fortalece a credibilidade das cortes de contas brasileiras.
Para ele, o ODS (Objetivo de Desenvolvimento Sustentável) 16, que trata de instituições eficazes, responsáveis e transparentes, é o que mais dialoga com a atuação das Cortes de Contas. E enfatizou que o trabalho deve ser feito de forma colaborativa, com atenção especial à educação, à redução das desigualdades e ao cuidado com jovens e idosos.
Inovações
O Vice-Presidente do IRB também compartilhou experiências do TCE-BA com novas tecnologias, como a assistente virtual “Ticiane”, ferramenta de inteligência artificial desenvolvida para ampliar a interação com os cidadãos. “Qualquer pessoa pode acessar e dialogar com a Ticiane, que está dando seus primeiros passos no atendimento digital”, explicou.
Ele pontuou, entretanto, que as instituições que “cuidam de gente” não podem abrir mão da capacidade humana de julgamento, mantendo a essência do trabalho auditorial.
Consensualismo
Ao longo da palestra, Inaldo Araújo apresentou exemplos de Auditorias realizadas pelo TCE-BA, especialmente na área das Parcerias Público-Privadas (PPPs), destacando o acompanhamento de grandes projetos estruturantes da Bahia, como da Ponte Salvador–Itaparica e do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) do subúrbio ferroviário.
Ele observou que, nesses casos, o Tribunal de Contas assumiu um papel de mediador para garantir que contratos fossem viabilizados dentro da legalidade e em benefício da sociedade. “O controle público tem hoje a missão de atuar também no campo do consensualismo, construindo soluções que evitem impasses e permitam a continuidade de empreendimentos fundamentais”, avaliou.
Encerrando sua fala, o Conselheiro reforçou que adota a postura de “realista esperançoso”, inspirada no escritor Ariano Suassuna. “Não sou otimista nem pessimista. Prefiro acreditar que, com esperança e ação, podemos juntos construir um mundo melhor”, disse.
*Fotos e informações: TCE-BA.