O Instituto Nacional de Altos Estudos (INAE) realizou nessa quinta-feira (17) o 37° Fórum Nacional de forma virtual, no canal do INAE, no YouTube. O tema central desta edição foi “Causas e soluções para o desequilíbrio fiscal brasileiro de curto e longo prazo”, e contou com a participação do Presidente do Instituto Rui Barbosa (IRB), Conselheiro Edilberto Pontes; do Presidente do Fórum Nacional e economista Raul Velloso; e do consultor da Câmara dos Deputados e ex-presidente do INSS, Leonardo Rolim.
Raul Velloso abriu as discussões destacando o crescimento acelerado da população idosa, em contraste com a redução do percentual de adultos em idade ativa. Segundo ele, essa discrepância é um fator determinante para os desafios previdenciários enfrentados pelo país, afetando diretamente os investimentos públicos e, consequentemente, o crescimento do PIB.
Em seguida, Leonardo Rolim apresentou os dados demográficos da população brasileira, explicando o cenário do aumento da despesa previdenciária e as alternativas para mudar o desafio demográfico. “O principal antídoto é a criação de uma camada de capitalização. Os regimes mais sustentáveis do mundo são os que têm uma parcela maior da despesa previdenciária por meio de uma camada de capitalização, que são os regimes dos países escandinavos e da Holanda, onde você guarda a contribuição hoje para pagar a sua aposentadoria no futuro”, explicou.
Leonardo Rolim destacou, ainda, a ampliação da idade de aposentadoria, proporcional ao aumento da expectativa de vida, além da equiparação das idades de aposentadoria entre trabalhadores urbanos e rurais, como medidas fundamentais para mitigar a crise previdenciária.
Encerrando o ciclo de apresentações, o Presidente do IRB e Vice-Presidente do Tribunal de Contas do Estado do Ceará, Conselheiro Edilberto Pontes, reforçou que, embora os gastos previdenciários representem cerca de 12% do PIB, é essencial observar também o impacto da taxa de juros no desequilíbrio fiscal brasileiro. “Cada ponto percentual na Selic representa mais de R$ 50 bilhões por ano em acréscimos à dívida pública”, alertou. Segundo ele, os juros elevados afetam negativamente tanto o endividamento quanto os investimentos públicos e privados.
Como proposta, o Presidente do IRB sugeriu que o Banco Central adote uma postura menos conservadora, considerando não apenas o controle da inflação, mas também a promoção do crescimento econômico como parte de sua missão institucional.
Ao final das discussões, Edilberto Pontes destacou a nova tarifa dos Estados Unidos, ao taxar as importações do Brasil em 50%. Em sua análise, relembrou a teoria das vantagens comparativas, os processos de industrialização e os modelos de política econômica. “A medida anunciada pelo ex-presidente Trump é uma necessidade do Brasil repensar sua política industrial e comercial. Para ser competitivo e retomar o crescimento do PIB, o país precisa estar atento não só às reformas previdenciária e fiscal, mas também ao cenário internacional”, explicou.
A íntegra da sessão está disponível para acesso no perfil do Fórum INAE, no YouTube. Acesse clicando aqui.