SEMINÁRIO DO IRB DESTACA NEUROCIÊNCIA E BOAS PRÁTICAS NA ATENÇÃO À PRIMEIRA INFÂNCIA

Equipe Instituto Rui Barbosa

Os investimentos na primeira infância e o impacto gerado na sociedade foram discutidos durante a programação da tarde desta quarta-feira (3/8), no Seminário Nacional “A primeira infância e os Tribunais de Contas”. O evento, realizado pelo Instituto Rui Barbosa (IRB) em parceria com os Tribunais de Contas dos Estados do Ceará e de Goiás, reuniu, em Fortaleza, conselheiros, especialistas, gestores públicos e interessados no tema.

 

A corregedora do TCE Ceará, conselheira Patrícia Saboya, mediou mesa sobre as boas práticas na atenção à primeira infância. “Precisamos buscar soluções necessárias para viver em uma sociedade mais digna e justa. Para isso, é preciso que exista um país que respeite as nossas crianças”, afirma. Patrícia destacou o papel dos Tribunais de Contas e dos governos nesse processo de fortalecimento da primeira infância.

 

“É importante que os governos invistam na saúde das crianças, principalmente na primeira infância, e os tribunais também cumpram o seu papel de fiscalizar, cobrar de perto o poder publico para que os investimentos possam acontecer”. Na ocasião, ela relembrou sua trajetória política de luta pela valorização da criança e da maternidade. “Tenho uma paixão tão grande por essa causa, são tantos projetos criados no Ceará e que servem de exemplo para o Brasil. Como senadora, fui autora do projeto da licença maternidade. Foram anos de muita luta”.

 

Compondo a mesa, a secretária estadual da Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos, Onélia Santana, detalhou os princípios do programa Mais infância Ceará, com foco nas famílias em extrema vulnerabilidade social e que envolvem uma política baseada em evidência, intersetorialidade e equidade. “Precisamos investir no capital humano, que é a maior riqueza de um estado. Um investimento que o gestor tem que ter coragem, pois o resultado é a longo prazo, uma geração que está sendo construída”.

Em seguida, o presidente do Instituto da Primeira Infância (Iprede), Sullivan Mota, falou sobre as evidências da neurociência e o desenvolvimento da infância. Ele explicou que o cérebro do bebê é 250% mais ativo que o cérebro de um adulto. “O desenvolvimento infantil é a base do desenvolvimento humano. A atenção adequada na primeira infância possibilita benefícios sociais, redução de gastos e geração de renda; significa também oportunidades maiores de sobrevivência, crescimento e desenvolvimento”, detalhou.

 

A programação da tarde também contou com palestra da cientista-chefe da Funcap, professora doutora Márcia Machado, que destacou a importância do afeto e dos investimentos na primeira infância. “Ambientes acolhedores, ou a falta deles, afetam o desenvolvimento dos circuitos cerebrais. O cérebro é construído para se conectar. Com isso, o cuidado acolhedor e o afeto promovem o crescimento e o melhor desenvolvimento dos bebês”, explicou. No Brasil, nascem cerca de 3 milhões de crianças a cada ano e “a maior parte nasce em potencial situação de exclusão”. Segundo Machado, é preciso criar abordagens que quebrem esse ciclo. “Quanto mais investir na primeira infância, menos gastos públicos são feitos no futuro”.

Acesse a matéria de cobertura da programação durante a manhã.

 

Fonte: TCE Ceará