O uso da inteligência artificial (IA) na educação pública e no controle foi o tema da segunda palestra da manhã de hoje (12/mai), durante o 5º Simpósio Nacional de Educação (Sined), que está sendo realizado no Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO), em Goiânia. Os professores Anderson Soares e Fernando Filgueiras, ambos da UFG, abordaram as expetativas e temores quanto às novas tecnologias e a realidade possível, sob a mediação do conselheiro substituto Gerson Sicca, do TCE-SC.
Para o professor Anderson Soares, a inteligência artificial pode ser entendida como uma nova revolução industrial em vários aspectos do desenvolvimento humano. “Assim como os gigantes buscadores da internet mudaram a forma de disponibilização de dados por meio de links de sites e consultas on-line, as mais recentes versões de IA possibilitam a entrega de respostas diretas às perguntas que lhes são formuladas”, disse.
O professor, que é um dos coordenadores do Centro de Excelência em IA da UFG, entende que todas as profissões são impactadas com a inteligência artificial, mas que é preciso ter em mente que se trata de um novo e poderoso instrumento que precisa ser compreendido para ser melhor aproveitado. “A tecnologia é um meio para se atingir os resultados, e não um fim, e os educadores têm de se adaptar e aproveitar o ganho de produtividade que ela possibilita para gerar ainda mais conhecimento”, argumentou.
O outro palestrante foi o professor Fernando Filgueiras, cuja área de pesquisa enfatiza as políticas públicas, governança digital e novas tecnologias. Ele entende que a imitação do que é humano está na base da inteligência artificial. E a definiu como sendo “uma tecnologia computacional que simula a inteligência humana para que as máquinas tenham alguma autonomia para tomar decisões e resolver problemas lógicos e executar tarefas”.
Filgueiras traçou um cenário do futuro na educação, em que os algoritmos de aprendizado da máquina podem reconhecer padrões cognitivos e de aprendizagem para realizar diferentes tarefas do cotidiano da escola. Ele vislumbra, por exemplo, a IA avaliando a escrita dos alunos, lendo as redações, corrigindo exercícios lógicos e matemáticos e observando o aprendizado, ao ponto de produzir conteúdo personalizado dentro da capacidade individual de cada estudante.
No que diz respeito ao gestor escolar, ele prevê a IA contribuindo na elaboração dos currículos e das práticas pedagógicas, controlando a merenda escolar, sob o ponto de vista nutricional, dentre outras possibilidades. E alerta sobre os cuidados necessários com os limites éticos e vigilância sobre dados mal estruturados.
O 5º Sined é uma promoção conjunta do Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO), Tribunal de Contas dos Municípios do Estado de Goiás (TCM-GO) e do Instituto Rui Barbosa (IRB). A programação aborda temas relevantes para a educação pública como a qualidade do ensino, o controle externo, a inteligência artificial e a articulação e colaboração nos ambientes educativos. O evento tem o apoio da Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon), do Conselho Nacional dos Presidentes dos Tribunais de Contas (CNPTC) e da Associação Brasileira dos Tribunais de Contas dos Municípios (Abracom).
Fotos e informações do TCE-GO.